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terça-feira, 29 de julho de 2014

Há 43 anos, Zico estreava como profissional contra o Vasco

 

Quando Arthur Antunes Coimbra pisou no gramado do Maracanã no dia 29 de julho de 1971, ele tinha 18 anos, era magrinho e uma promessa no Flamengo. Esse dia foi marcante na vida de Zico, eterno ídolo rubro-negro, porque foi sua estreia com a camisa do time, justamente contra o Vasco, pela quarta rodada da Taça Guanabara. Pé-quente, o Galinho participou da vitória da equipe por 2 a 1, com um gol de Fio Maravilha no último minuto.

Companheiro de Zico naquela época, o ex-ponta-esquerda Rodrigues Neto foi o substituto do craque no jogo memorável, que completa 43 anos nesta terça-feira.

– Me lembro da estreia, e é claro que ele foi muito bem. Para mim não foi novidade, já que eu acompanhava ele na base. Desde aquela época, de Infantil, Juvenil, ele mostrava todo seu talento. Joguei contra o Edu, irmão dele, que já era refinado, era de família. Todos percebiam que o Zico seria um grande jogador – lembrou Neto, o 13º jogador que mais vezes vestiu a camisa do Flamengo, em entrevista ao site do clube.

A amizade que começou nos campos é mantida até hoje entre Zico e Rodrigues Neto. O ex-ponta-esquerda disse que a equipe era uma grande família e ainda mantém uma imensa admiração pelo Galinho.

– No Flamengo, principalmente no Maracanã, todos os jogos foram marcantes. Foi lá que ele fez sua história. Sempre se esperava algo diferente dele, e sempre acontecia. Ou colocando o companheiro na cara do gol, ou ele mesmo marcava. E era um gol mais lindo que o outro. Todos os jogos do Galo no Flamengo e no Maracanã foram partidas memoráveis. Os jogadores dessa época jogavam com muito amor. Sempre fomos amigos, ele, Sandra (esposa de Zico), Edu (irmão). O Flamengo era uma família. Somos amigos até hoje – contou.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Zico chama CBF de 'acomodada' e critica o atual processo de formação de jogadores do país


A crise do futebol brasileiro veio à tona com a humilhante derrota da Seleção para a Alemanha por 7 a 1, na última terça-feira, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Mundo. O momento é propício para encontrar explicações sobre a maior tragédia do nosso futebol. Os comandantes do time canarinho, Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira, já sustentaram uma versão: a dupla atribuiu o desastre a seis minutos de pane. Nesta quinta-feira, foi a vez de Zico colocar um novo ponto de vista na mesa.

Presente na final de um torneio de comunidades cariocas (Copa SOC14L), o maior ídolo do Flamengo criticou desde a formação dos jogadores até o desempenho do Brasil na Copa do Mundo, passando pela falta de ajuda da CBF aos clubes nacionais e o desinteresse pelos torneios locais.

- Foi uma grande aula de competência, qualidade, organização, respeito e pressão. Tem que admirar e bater palma. É muito fácil falar que foi um apagão. A pane não aconteceu porque os jogadores ficaram olhando um avião passar. A Alemanha usufruiu muito bem da desorganização do Brasil. Falta reconhecer que foi um passeio. Se não tiver humildade, não vai mudar nada. Estamos ainda acreditando que venceremos nossos adversários na base da superstição. Ganhamos Copas com craques e não porque tocou a mesma música ou estavam vestidos com a mesma roupa.

Com a língua afiada, o ex-craque acredita que o fator emocional levou os jogadores da Seleção a perder a oportunidade de "curtir" a Copa do Mundo como anfitriões. E lembra que poucos eram unanimidades nos clubes.

- Todas as seleções desfrutaram da Copa. Menos o Brasil. Minha impressão foi a de que os jogadores seriam mortos se não passassem de fase. Parece que estavam indo para uma guerra. Enquanto isso, a Alemanha mostrou um futebol alegre e ofensivo. Grande parte dos nossos 23 convocados nunca disputou uma Eliminatória. Eles tiveram uma pressão enorme nas costas e não souberam dar conta. Dos 11 em campo, poucos eram titulares absolutos. Até o Neymar, o grande astro, ficou diversas vezes no banco de reservas do Barcelona.

Para o Galinho, o futebol brasileiro está, aos poucos, desviando das características habituais. Tudo por conta do novo conceito de formação dos jogadores que vestirão a amarelinha.

- Quase todos nossos grandes jogadores foram moleques de rua e de pelada. Os escolhidos de antes eram os meninos que jogavam bola. Não aqueles que tinham altura, preparação física e determinação tática. É preciso ficar muito atento às categorias de base. Quem faz a diferença é a criança endiabrada e talentosa. Foi ela que levou o país a cinco títulos mundiais. O Brasil está caindo num erro grande. As escolinhas no Brasil têm os nomes do Milan, da Inter, do Real Madrid, do Barcelona... Faltam os do São Paulo, Flamengo, Botafogo, Corinthians... Os clubes não têm mais peneiras. Os europeus estão observando e levando embora nossos talentos, fazendo até com que eles se naturalizem. Não é bom ter uma Seleção com apenas três ou quatro jogadores que atuam aqui.

A CBF também não escapou das críticas. Zico pensa que os clubes precisam, com urgência, pressionar a entidade para o futebol sair da mesmice e contar com ajuda na formação de craques.

- A CBF é acomodada. Ela se preocupa apenas com as seleções e fecha os olhos para o futebol do país. Os clubes passam cinco anos sofrendo para formar um atleta enquanto ela só tem o trabalho de pegar o jogador e convocá-lo para as competições, sem pagar um centavo. A CBF deveria ajudar os clubes a manter os melhores jogadores aqui e evitar essa histeria do jovem querer jogar no Manchester United ou no Barcelona logo no início da carreira. Falta dar mais importância ao nosso futebol. A CBF não se preocupa com o futebol daqui. Só arrecada com os nomes dos jogadores.


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Zico pede "Neymar" dentro de cada jogador e condena lance de Zuñiga


zico evento (Foto: Cintia Barlem)

Zico deu a receita para que o Brasil assegure um bom desempenho diante da Alemanha e avance à final da Copa do Mundo. Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, o Galinho disse que cada jogador precisará levar um pouco de Neymar dentro de si e transformar algo negativo em positivo. Ele ainda ressaltou que em anos de futebol raramente viu um lance com joelho alto sem que houvesse a intenção como foi o caso do episódio do zagueiro colombiano Zuñiga no camisa 10 da Seleção nas quartas de final.

- Sempre tentamos transformar algo negativo em positivo. O povo não gostaria que isso acontecesse, mas aconteceu. Um lance que poderia ser evitado. Disputei vários jogos e raramente vi um jogador disputar com o joelho alto daquele jeito sem haver intenção. Há para isso cartões vermelhos e amarelos. Outras seleções também perderam jogadores. Perdemos Neymar, mas vamos transformar isso, e que cada um coloque um pouco de Neymar dentro de si. A Alemanha, independentemente de Neymar estar em campo, será sempre um adversário difícil. Há que ter respeito - disse o ídolo rubro-negro em evento na Gávea.

A Alemanha já sabe o uniforme com que jogará a semifinal. O time de Joachim Löw usará a camisa em homenagem ao Flamengo. Alguns torcedores do clube carioca admitem que ficarão do lado germânico. Para Zico, no entanto, não se deve misturar as coisas. Em Belo Horizonte, não estará o Rubro-Negro no gramado e sim o adversário da seleção brasileira em uma semifinal do Mundial.

- Qualquer clube gosta de ser homenageado em um momento como esse. A homenagem que a Alemanha fez deixa felizes todos os torcedores. Mas amanhã é Brasil contra Alemanha. Não é o Flamengo em campo. Ficamos felizes com a homenagem, mas não é algo sobre o clube e sim sobre o Brasil - afirmou.

Para o jogo diante dos alemães, o Brasil terá em campo um dos três melhores jogadores da competição, de acordo com a opinião de Zico. O ex-jogador vê David Luiz como um dos craques da Copa ao lado de Messi, pela Argentina, e Robben, pela Holanda.

- Três jogadores estão sendo altamente decisivos para suas equipes em questão de autoridade, qualidade técnica, importância no time, e assumir a condição de destaque dentro do jogo: Robben, Messi e David Luiz. Têm sido os grandes destaques na competição. Mesmo o David Luiz sendo um zagueiro, tem tido uma liderança dentro de campo. Acaba servindo como referência. Robben está chamando o jogo para ele. A mesma coisa o Messi. Nos momentos mais difíceis, acabou resolvendo para a Argentina. Goleiros também têm feito partidas ótimas. Isso prova a importância de uma Copa ser jogada pelo lado ofensivo. As equipes se preocuparam primeiro em fazer o gol antes do medo de levar um - ressaltou.

Confira outros trechos da entrevista:

SELEÇÃO DE 82 x SELEÇÃO ATUAL


Não gosto de fazer comparações. Cada momento é um momento e o pensamento dos treinadores também é diferente. Foi um prazer jogar naquela seleção, mas hoje a situação é diferente. O futebol mundial mudou. Essa característica atual foi vencedora na Copa das Confederações. O que vence é o que marca. Se a seleção de 82 tivesse vencido seria um exemplo, mas não venceu. Ficou marcada por um belo futebol. Hoje a mentalidade é vencer. Nem tanto jogar bonito, mas vencer.

O ESTILO DE JOGO DA ALEMANHA


A Alemanha mudou um pouco seu estilo de jogo pelas características dos jogadores. A equipe tem hoje jogadores que não são típicos do futebol alemão e atletas que poderiam jogar em outras seleções. Podolski, Özil, Klose. A Alemanha modificou bastante e vem jogando um futebol diferenciado desde 2010. Tudo é o momento. Saber aproveitar as características dos jogadores. Todas as vezes que joguei com a Alemanha havia sempre um cara que me marcava o tempo inteiro. Antigamente, a Alemanha marcava homem a homem e hoje marca por zona. Não vejo mais ninguém sofrer marcação "bafo no cangote" como sofri.

DESEMPENHO DE OSCAR


Começou bem a Copa. Depois não foi tão brilhante, mas deu sua contribuição ao esquema do Felipão. Poderia se soltar um pouco mais não só com a garra que ele tem, mas também com o talento que ele já mostrou na estreia do Brasil.

PRESSÃO EM CASA

O Brasil está mostrando uma entrega muito grande e uma dedicação enorme. É um momento de pressão grande por jogar em casa. Lógico que o atleta brasileiro está mais tenso que outras equipes, mas a gente espera que isso não influencie em campo. Eles estão bem preparados para aguentar.

COPA DO MUNDO NO BRASIL

Eu antes de tudo estou feliz com o que vem acontecendo na Copa do Mundo. São grandes jogos. Parabéns ao torcedor brasileiro que vem recebendo bem todas as seleções. Fico feliz pelo brasileiro ter entendido a importância de uma Copa. Temos feito o que sempre fizemos: receber bem as pessoas.

JAPÃO NA COPA

Foi uma grande decepção. Eu esperava mais das seleções asiáticas principalmente do Irã e Japão. Não tanto de Coreia  do Sul e Austrália, seleções que envelheceram. Esperava um futebol mais rápido do Japão e mais objetivo. Mas A seleção adotou um esquema de cruzamento, sendo que o time não  tem grandes cabeceadores. Foi uma decepção porque o Japão tem jogadores atuando na Europa. O Irã adotou uma tática mais defensiva não encarando de frente os adversários como fez, por exemplo, a Costa Rica.

A MORTE DE ASSIS

Um ano difícil. Acabamos perdendo não só o Assis, mas também o Washington. Sempre ruim perder sejam eles adversários. Tive um grau de amizade grande. Tão jovem (Assis). Eu lamento e desejo meus sentimentos aos familiares. Um cara que foi tão importante para o futebol.